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Jejum e Oração agosto 21, 2009

Posted by Ramon Barbosa in Reflexão, Reforma Íntima, Sabedoria.
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Jesus havia descido do Monte onde há pouco, Pedro, Thiago e João haviam presenciado o fenômeno da transfiguração. Quando chegaram à multidão, aproximou-se-Lhe um homem, pondo-se de joelhos diante Dele, e dizendo:

– Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água.

E trouxe-o a Teus discípulos, e não puderam curá-lo. Eis que Jesus lhe respondeu:

– Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei Eu convosco, e até quando vos sofrerei? Trazei-Mo aqui.

Narra então o evangelista Mateus, que Jesus repreendeu o Espírito mau que estava com ele e o Espírito o abandonou.

Os discípulos se aproximaram de Jesus, curiosos, e, em particular, lhe perguntaram:

– Por que não pudemos nós expulsar o Espírito mau?

Ao que o Mestre lhes redarguiu:

– Por causa de vossa pouca fé. Porque, em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá, e há de passar. E nada vos será impossível.

Finaliza Jesus a lição, afirmando:

Mas esta casta de demônios não é expulsa senão pela oração e pelo jejum.

*   *   *

Necessário serenar a alma e as idéias preconcebidas, e refletir profundamente sobre a proposta de jejum e oração oferecida pelo Rabi. Será que Jesus, ao propor o ato de jejuar, referia-se a deixar de se alimentar regularmente?

Pois é assim que muitos entendem até os dias de hoje. Por isso, faz-se mister que nos debrucemos sobre a temática a partir deste ponto. A proposição do Mestre ia muito além da dieta alimentar.

Ele trazia a idéia da abstinência moral, de abster-se de tudo aquilo que nos conduz aos excessos. Fala Ele, assim, de um jejum do comportamento doentio. Este é o único caminho para a libertação das influências deletérias dos obsessores espirituais.

A oração é primordial, pois nos liga ao Criador, nos purifica os pensamentos e eleva a sintonia mental. Junto dela, a mudança de comportamento, de direção nos propósitos de vida é fundamental.

Os Espíritos infelizes se ligam a nós através da sintonia com nossas misérias íntimas. Se deixarmos de cultivar tais misérias, se alterarmos a faixa mental, não haverá mais compatibilidade nesse plug psíquico. A privação das ações negativas, dos desejos malsãos deve ser o jejum para a alma que deseja se libertar de qualquer influência espiritual inferior.

A fé raciocinada e a ação no bem nos protegem de tudo. Não há o que temer, quando as mãos estão perfumadas pelas flores do bem que deixamos pelo caminho. Não há o que temer, quando o coração está aquecido pela certeza de que as leis de Deus são perfeitas, e que a presença Divina é constante em nossas vidas.

Perante qualquer dificuldade que venhamos a enfrentar, lembremos da lição do jejum e da oração. Lembremos deste medicamento poderoso de que todos nós dispomos.

O Esforço que Compensa agosto 20, 2009

Posted by Ramon Barbosa in Perseverança, Reflexão, Reforma Íntima, Sabedoria, Tempo, Trabalho.
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O esforço constitui uma realidade sempre presente na vida humana. Sempre que se trata de realizar alguma conquista, ele se faz necessário. Qualquer que seja a área da atividade, realizações não surgem do nada. Os atletas que encantam por suas habilidades têm um histórico de treinos exaustivos. O sucesso no vestibular pressupõe intensa preparação. Na faculdade, a obtenção do sonhado diploma exige dedicação e renúncias. A conquista de uma boa situação profissional também requer muito esforço e persistência.

Quem deseja adquirir bens de valor, e não dispõe da quantia necessária, igualmente se dispõe a ingentes sacrifícios. Muitos multiplicam horas extras, trabalham nos finais de semana ou mantêm dois ou três empregos para melhorar a própria situação financeira. Mas ninguém considera tais sobrecargas como um mal ou um castigo.

As lutas e renúncias envolvidas na conquista do que se almeja são encaradas de forma positiva, por mais desgastantes que se apresentem. Entende-se que conquistas relevantes pressupõem algum esforço. É preciso sair da zona de conforto e fazer algumas renúncias para ver os próprios projetos realizados.

Trata-se da tranquila aceitação de um aspecto da lei do mérito que rege o Universo. Apenas convém ampliar o alcance dessa aceitação. Urge compreender que o esforço também constitui combustível imprescindível em termos de evolução espiritual. Sem esforço, o ser permanece como sempre foi.Para seguir adiante, é preciso empenho.

As conquistas materiais são respeitáveis e correspondem a  aspectos importantes da vida humana. Na luta por títulos acadêmicos, boa situação profissional ou mesmo por bens, a inteligência e a vontade se desenvolvem.

Contudo, por importante que seja o que se logrou obter em termos humanos e materiais, isso inevitavelmente ficará para trás. Tudo o que é material é passageiro e precário. Ninguém logrará levar seus títulos e posses no retorno à Pátria espiritual.

Mas os tesouros espirituais, esses jamais se perdem. Bondade, pureza, amor ao trabalho, honestidade, humildade, paciência e capacidade de perdoar são conquistas imperecíveis. Quem conseguir incorporá-las em seu ser jamais deixará de possuí-las.

O homem virtuoso leva em seu íntimo um tesouro de paz para onde quer que vá. Por certo é necessário esforçar-se para ser digno e bondoso, notadamente em um mundo ainda marcado pela corrupção. Entretanto, esse esforço realmente compensa.

Afinal, ele viabiliza deixar para trás as experiências dolorosas inerentes aos estágios mais primários da evolução.

Pense nisso!

Em Harmonia janeiro 15, 2009

Posted by Ramon Barbosa in Amor, Reflexão, Reforma Íntima.
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Todos os dias, as notícias nos chegam estarrecedoras. Manchetes falam de bombas e, em fotos dramáticas, nos dão a conhecer a dor, a morte e a destruição.  As imagens televisivas nos trazem ao conhecimento grande número de assaltos, de roubos e de furtos. A violência chega ao lar pela boca dos próprios filhos que, ao se habituarem com a agressão de fora, aderem à onda e passam a agredir, igualmente, no verbo e no agir.

Andamos pelas ruas e o trânsito indisciplinado parece nos perseguir os passos.  A natureza se apresenta rebelada contra os maus tratos que o homem lhe vem impondo e estertora e grita, transformando­-se o vento em furacão, pequenos abalos em terremotos alarmantes, chuvas em enchentes que nada respeitam, nem mesmo a vida humana. Concluímos que ninguém está seguro em lugar algum, desde que temos a nos espreitar pessoas em desequilíbrio,  violentas ou indisciplinadas, a fúria dos ventos e das tempestades.

 Aturdimo-nos e o cansaço nos domina, dizendo-nos da impossibilidade de lutar contra tantas coisas e de vencê­-las. Contudo, basta que acionemos uma pequena alavanca e outro será o panorama com que nos defrontaremos.

A alavanca da fé.

Os dias que atravessamos são verdadeiramente graves, mas podem ser vencidos com paciência e persistência. Não há nada que nos impeça de manter a tranqüilidade, banhando-nos na fé na Providência Divina.  Sustentados pela certeza do amor Dele que a tudo provê, não nos permitamos desesperar. Afinal, a Terra já conheceu muitos outros períodos de loucura. Momentos em que Espíritos foram provados e venceram, dando testemunho da fé que lhes robustecia as fibras d’alma.

Recordamos de Joanna d’Arc enfrentando a fogueira do martírio, em harmonia, guardando energias para perdoar aos que lhe imolavam o corpo. Também tranqüila permaneceu Joana de Cusa, mártir dos primeiros tempos do Cristianismo que, estribada na sua fé, suportou a fogueira com heroísmo.  A serenidade e a tranqüilidade foram sempre marcas registradas dos que afirmaram seguir Jesus.

 Os cristãos primitivos compareciam à arena do Circo, portando um sorriso nos lábios que desabrochavam em cânticos de louvor. Conduzamo-nos pois, com bom ânimo, alimentados pelo Evangelho de Jesus, que é luz para o Espírito imortal. Conservemo-nos em harmonia, apesar do clima de insensatez que impera em muitas almas. Como cristãos, devemos demonstrar a nossa fortaleza, a fim de que nos transformemos em apoio para os que seguem atrás de nós, desesperançados e tristes.

*   *   *

Os metais, para serem modelados, necessitam experimentar a fornalha ardente.  Para revelar a beleza que se encontra em seu interior, o bloco de granito necessita receber os duros golpes do martelo e do cinzel. Pois assim também o Espírito, para se apresentar em toda sua beleza, necessita ser lapidado, e sofrer o calor das dores e das provações, enquanto não impere em sua vida o amor a Deus, o amor ao próximo e o amor a si mesmo.

 

O homem Jesus dezembro 22, 2008

Posted by Ramon Barbosa in Amor, Liderança, Reflexão, Reforma Íntima.
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Dezembro é um mês muito especial. Como são todos os meses de dezembro. As casas, as ruas, as avenidas se enchem de luzes. Cantos, cantigas, dramatizações do nascimento de uma criança singular se reprisam em escolas, templos e associações. Em nome de um menino, os corações se sensibilizam e cada qual procura tornar muito bom o dia do Natal. Eclodem emoções. E ante tanta sensibilidade que desfila ao longo desses dias, é de nos indagarmos:

Quem é essa criança cujo nascimento é evocado, mesmo após decorridos mais de vinte séculos da sua morte?

Porque afinal, costumamos comemorar o aniversário na terra dos que estão conosco. Depois que realizam a grande viagem, rumo ao invisível, nós lembramos outras datas. Mas ninguém pensa em realizar festa de aniversário para aquele que já se foi.

E outro detalhe muito significativo. No dia em que se comemora o aniversário dessa criança, quem recebe os presentes são os que promovem a festa, numa alegre troca de embrulhos, lembranças e mimos.

Só mesmo um Espírito tão grande quanto o do Cristo poderia atravessar os séculos e prosseguir lembrado.  Foi tal a revolução que promoveu no Espírito humano que a Terra O recorda, ano após ano.

Sua revolução não utilizou armas de fogo, ferro ou aço. Foram, no entanto, as mais invencíveis armas do amor e da bondade. Desde o nascimento, exemplificou. Rei das Estrelas, Senhor dos Espíritos, tornou-Se criança, adolescente, homem e viveu com os homens.

Demonstrando, através de pouco mais de três décadas que não importam as circunstâncias, quem deseja ser bom pode sê-lo. Viveu em período em que a política romana comandava o mundo, em que a hipocrisia farisaica imperava e, no entanto, manteve-Se puro. Lecionando humildade ao nascer em um berço de palha, traduziu a lição do trabalho na carpintaria de Seu pai José.

Ele, que moldara, junto com o Pai Supremo as formas da Terra que habitamos, não Se envergonhou de domar a madeira e transformá-la em bancos, mesas, utensílios domésticos outros.

Senhor e Mestre, em cada momento de Sua vida, ensinou pelo exemplo, testificando que o bem vence o mal, a luz vence a treva.

Mais de dois mil anos são passados, desde Sua vinda à Terra. Quando nos decidiremos por Lhe seguir a excelsa doutrina, que conjuga o verbo amar e que utiliza os substantivos doação, renúncia, abnegação?

*   *   *

Jesus é nosso Modelo e Guia.

Por isso mesmo, nenhum de nós deve se dizer desiludido com essa ou aquela postura equivocada de seguidores de qualquer credo. Porque afinal o que importa mesmo, é a conduta do nosso Mestre Jesus que, em nenhum momento, abandonou as linhas do dever e do amor sem limites.

As conversas familiares novembro 28, 2008

Posted by Ramon Barbosa in Família, Reforma Íntima, Sabedoria.
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Você já pensou, em algum momento, gravar as conversas familiares? Tem idéia a respeito do que se fala, no lar, às refeições, por exemplo? E do efeito desses diálogos sobre as mentes infantis? Pois um professor de Sociologia da Universidade da Pensilvânia realizou a experiência.

O Dr. Bossard conseguiu fartos exemplos da conversa de famílias, à hora do jantar. E, embora não tivesse imaginado, descobriu alguns estilos, definidos pelos hábitos de conversação constante.

Um dos mais evidentes foi o estilo crítico. Isto é, durante a refeição, não se falava nada de bom a respeito de alguém.  O assunto constante eram os amigos, parentes, vizinhos, os aspectos de suas vidas, naturalmente sempre apresentados de forma negativa. Reclamava-se das filas no supermercado, do mau atendimento em lojas, da grosseria do chefe, enfim, das coisas ruins que existem no mundo.

Essa atmosfera familiar negativa redundava, conforme as observações realizadas, em crianças insociáveis e malquistas. Portanto, com problemas acontecendo na escola, na vizinhança.

Em outro grupo, as hostilidades da família se voltavam para dentro, contra si mesma.  Dr. Bossard classificou o grupo como os brigões, porque, sem exceção, as refeições se constituíam em torneios de insultos e brigas.  Tudo era motivo para acusações mútuas.

Nesse caso, as crianças absorviam o estilo que lhes criava problemas. Mesmo que isso, por vezes, viesse a se revelar depois de já crescidas e casadas, nos novos lares constituídos.

Um grupo de famílias revelou um estilo exibicionista. Num primeiro momento, o observador poderia se deixar encantar pelo brilho de espírito e o bom humor demonstrado por todos.  Contudo, aprofundando-se na pesquisa, essas famílias revelaram que todos se portavam como se fossem atores.  E cada qual desejava sobrepujar o outro, aparecer mais. Isso redundava em crianças que, onde estivessem, desejavam ser o foco das atenções. Quando assim não acontecia, elas se sentiam desprezadas e repelidas, limitando a sua simpatia e respeito pelos outros.

Mas, afinal, será que nenhuma das famílias tinha bons hábitos de conversação?  Claro que sim. Essas foram adjetivadas como portadoras de atitude correta de processo interpretativo. Nesse caso, as pessoas, os acontecimentos, os fatos são comentados pela família de forma tranqüila, com dignidade e, até, com senso de humor. As crianças são animadas a participar da conversa e são ouvidas com respeito. A nota dominante, nesse grupo familiar, é a compreensão.

*   *   *

Se, ouvindo ou lendo esta mensagem, você se  deu conta de que sua família pertence a um dos grupos de conversação incorreta, não se perturbe.  O estilo das conversas pode ser modificado. E pode começar hoje. O primeiro passo é descobrir o estilo dominante e, num esforço conjunto da família, modificar a conversação.  Afinal, um grande Mestre disse um dia que o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai dela.

Pensemos nisso. Melhorar o estilo da conversa em família não é garantia absoluta de crianças ajustadas. Mas é um meio seguro de lhes proporcionar melhores oportunidades de uma vida equilibrada, pois o exemplo é forte ingrediente na formação do caráter.

O filho que saiu de casa outubro 30, 2008

Posted by Ramon Barbosa in Amor, Família, Perdão, Reflexão, Reforma Íntima, Sabedoria, Tempo.
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A parábola do Filho Pródigo contém preciosas lições. Uma delas reside no comportamento do filho pródigo.

No princípio, ele se deixa seduzir pela tentação dos vícios. As paixões cintilam aos seus olhos e ele decide vivê-las. Pede recursos ao pai e se lança no mundo. Parte para longe de sua família e dissipa a própria herança. Entretanto, a vida o convida a rever seus valores e  atitudes. Uma grande fome se faz no local que ele escolhera para viver. Enquanto passa duras necessidades, reflete sobre a abundância que existe na casa paterna. É então que começa a retificar o seu íntimo. Não pretende fugir às conseqüências dos próprios atos. Não almeja viver fartamente. Aliás, não pretende sequer ser tratado como filho. Contenta-se em ser admitido pelo pai como um simples trabalhador de suas terras.

Tomada a resolução, lança-se na estrada. A viagem feita na riqueza agora é refeita na pobreza, em sentido contrário. Certamente são muitas as dificuldades para vencer as distâncias. Mas ele não esmorece e chega na propriedade da família. Confessa ao pai o arrependimento e suas novas disposições. Entretanto, grande é o júbilo do senhor da terra com o retorno do filho. Ele providencia os melhores sinais de boa acolhida, como boas vestes, anel no dedo e festa.

*   *   *

O filho pródigo representa o Espírito que se deixa seduzir pelas paixões mundanas. Tendo recebido preciosos tesouros do Criador, ele os consome inconseqüentemente.

Vidas que deveria aproveitar para aprimorar-se e fazer o bem, ele gasta com bobagens. Permite-se atos desonrosos e converte-se em um mendigo espiritual.

Essa situação já foi vivenciada, em maior ou menor grau, por quase todos os Espíritos que ora jornadeiam no planeta Terra. Agora, eles vivem a jornada de retorno. Por entre dificuldades, necessitam refazer o caminho para  a casa paterna, que representa o equilíbrio e a paz.

Nesse momento evolutivo, convém recordar o corajoso exemplo do filho pródigo. Ele assumiu valorosamente as conseqüências de seus atos. Na hora da reparação, não se rebelou e nem reclamou. Não desejou a chegada de uma confortável liteira para reconduzi-lo ao local de que saíra de livre e espontânea vontade. Reuniu suas forças e refez o caminho, resolutamente.

Assim, se as dificuldades se apresentam em sua vida, não se imagine vítima e nem brade contra os Céus. Veja nelas o seu caminho para a conquista da paz e do bem-estar. Trilhe-o com coragem e dignidade, certo de uma acolhida generosa, ao término da jornada.

A tarefa dos pais setembro 23, 2008

Posted by Ramon Barbosa in Amor, Família, Reflexão, Reforma Íntima, Sabedoria.
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Quando se anuncia a chegada de um novo membro na família, há grande alegria. Os pais se desdobram em complexos preparativos. Por ocasião do nascimento, há arroubos de ternura. A Sabedoria Divina veste os Espíritos que retornam à carne com encantadora roupagem.

Frágeis e graciosos, eles inspiram cuidados e afeto. É com enternecimento que os pais acompanham o crescimento de seus pequenos rebentos. Desejosos de que sejam muito felizes, tomam inúmeras providências. Colocam-nos nas melhores escolas, cuidam de sua saúde, os defendem de tudo e de todos.

É bom e natural que seja assim, pois a tarefa dos pais envolve o cuidado e o preparo de seus filhos para os afazeres da vida. Entretanto, essa tarefa é muito mais vasta.

Todo bebê que nasce representa um antigo Espírito que retorna ao cenário terrestre. Como terá de viver em um mundo materializado, ele precisa receber educação formal e todos os demais cuidados que essa circunstância inspira. Entretanto, como Espírito imortal, não renasce na carne para vencer os outros e brilhar em questões mundanas. Todo Espírito precisa crescer em intelecto e em moralidade.

No atual estágio da evolução humana, há um certo descompasso entre esses dois aspectos. A busca pelo bem-estar e mesmo o egoísmo fazem com que a criatura procure modos de viver o melhor possível.

Ao cuidar de seus interesses, ela exercita naturalmente a inteligência. Entretanto, sob o prisma ético, a evolução costuma ocorrer de forma algo mais vagarosa. Um contingente muito significativo dos Espíritos demora bastante para sentir o próximo como um semelhante. Surge tardiamente a compreensão de que o outro também tem sonhos, sofre, chora e merece respeito e amparo.

O aspecto moral é atualmente deveras crítico. Para as criaturas em geral não falta capacidade de raciocínio. Falta-lhes retidão de caráter, compaixão e pureza. Conseqüentemente, a desenvolver tais qualidades é que os pais precisam se dedicar. Se apenas cuidarem para que os filhos sejam felizes, sob o prisma mundano, falirão em sua tarefa. Os filhos terão nascido para buscar uma coisa, mas os pais os direcionarão a conquistar outras. Isso implicará a perda de uma preciosa oportunidade.

Então, é necessário cuidar da instrução formal das crianças e adolescentes. Mas é primordial ensinar-lhes respeito ao próximo. Os jovens precisam aprender que a família e os bens dos outros são sagrados. Que a tolerância é uma virtude preciosa em um mundo cheio de facetas. Que a consciência tranqüila constitui o maior tesouro que se pode possuir.

Mas, para que a lição não seja hipócrita, os pais devem exemplificar, e não apenas falar.

Pense nisso.

Nossos Pressentimentos setembro 22, 2008

Posted by Ramon Barbosa in Reflexão, Reforma Íntima, Tempo.
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No jardim, na camaradagem do silêncio, Tammy pensava. Como eram diferentes os dias de agora. Diferentes porque seu amado não estava com ela. Rustom, com sua risada franca, sua confiança ilimitada. Rustom que era capaz de entrar em qualquer lugar e, em poucos minutos, se pôr imediatamente à vontade, deixando as pessoas ao seu redor também à vontade. Rustom, seu amado marido, que era capaz de fazer rir à sua nora, ao seu filho.

As folhas das árvores farfalharam, trazendo mais lembranças para Tammy. Ano anterior. Seu marido e o filho na piscina do hotel. Ambos com água pelos joelhos, brincavam. E Rustom gritou para a esposa e a nora:

Vocês sabem o que estamos fazendo? Estamos criando lembranças para o futuro. Uma coisa alegre para vocês recordarem, quando os velhos já não estivermos por perto.

O filho puxara a cabeça do pai para perto de si, apertando-a contra o peito e argumentara que, rijo como era seu pai, com certeza ele sobreviveria a todos eles.

Rustom respondera com um sorriso e versos do poeta Omar Khayyam: Quando a hora chega, chega. Move-se a mão que escreve e, tendo escrito, segue adiante.

Tammy agora pensava se o marido tivera uma intuição de que ia morrer. E lembrava dos dias seguintes, de ternuras redobradas, atenções multiplicadas, sorrisos explodindo a toda hora. Seu marido estava lhe ofertando momentos de alegria para recordar depois, quando a saudade vibrasse forte?

Fora um choque ter a notícia de que aquele coração generoso parara de bater. Sístoles, diástoles, tudo cessara. A bomba cardíaca deixara de operar e logo a morte enrijecia aquele corpo, cuja ausência ela sentia tanto.

Será, continuava a pensar Tammy, será que podemos saber o momento de nossa morte?

* * *

Ninguém avança pela estrada do progresso espiritual sem o auxílio da Divindade, por intermédio dos nobres Espíritos que se transformam em guias da Humanidade. São eles que assessoram os homens, zelando por eles, na qualidade de anjos guardiães. São essas almas excelsas que, conhecendo as ocorrências que, de forma geral, estão delineadas para os seus pupilos vivenciarem, os inspiram ou guiam pela senda mais apropriada. Através dessa inspiração é que acontece o chamado pressentimento.

Também acontece que o próprio Espírito reencarnado recorda, de forma espontânea, da programação que para si traçou, antes de reencarnar. Dessa forma, pode ter, como intuição, a advertência de que seus dias na Terra estão finalizando. Por isso, idealiza passeios, diligencia providências que evitarão transtornos para sua família, torna-se mais alegre ou mais introspectivo.

Em uma palavra, ele se vai despedindo da vida, deixando um rastro de bondade, de alegria para que os seus amores tenham recordações positivas para alimentar a imensa saudade dos dias da sua ausência.

* * *

Fiquemos atentos aos pressentimentos, analisando-os de forma clara e tranqüila, quando ocorram. Avaliemos qual a mensagem de advertência ou socorro de que se fazem portadores. Apuremos nossa sintonia com os Espíritos guias, a fim de que com maior facilidade possamos registrar e direcionar de forma saudável e proveitosa os pressentimentos.

Um homem diferente setembro 6, 2008

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O que faz que uma pessoa se destaque, no contexto social?

Dirão alguns, talvez, que a soma dos valores que detém em contas bancárias, aplicações, rendas, bens móveis e imóveis. Poderão pensar outros que o destaque se pode dar no ambiente artístico, cultural, político. A pessoa também poderá se destacar pela inteligência, pela visão de mundo, adiante de seu próprio tempo. Ou pela beleza, pelo porte, pelo discurso fácil, ágil, atilado. No entanto, o maior destaque, com certeza, é no campo moral. A intimidade do ser.

Porque alguém pode ser muito rico, belo, de discurso impecável, um cientista, uma alta inteligência e ser moralmente pobre. Na atualidade, o tom dominante parece ser o de fazer o que todos fazem. Assim, os homens desejam mostrar virilidade, sendo comandantes de sua própria casa. As mulheres desejam demonstrar que são belas e desejadas, que jamais a solidão as haverá de abraçar. E assim por diante…

Dizemos que isso faz parte da cultura do país onde se vive, do mundo onde nos movemos. Será que não podemos destoar do comum? Será que não podemos nos destacar, exatamente por sermos diferentes?

Na Índia, entre os parses, a mulher é educada para servir ao homem. Ela deve lhe dar muitos filhos, pois se assim não for, significa que algo errado existe na relação matrimonial. Ela deve ser-lhe a servidora, preparando-lhe os pratos de arroz, lentilhas, carnes, a cada dia. Deve zelar pela sua roupa, porque ele precisa parecer impecável aos olhos do mundo. 

Pois aquela mulher nascida em Calcutá se apaixonara por um jovem de Bombaim. Conhecera-o em casa de uma amiga, em uma festa. Pouco mais de 4 meses depois, estava casada. Logo que os dois se casaram, ela havia insistido em passar a ferro as camisetas finas para ele. Ele, no entanto, fincara pé e lhe dissera que se casara com ela por amor e para ter a sua companhia. Se desejasse simplesmente alguém que lavasse e passasse a sua roupa teria se casado com quem trabalhava exatamente para cuidar do seu vestuário.

Seu senso de justiça, sua indignação moral diante do status inferior das mulheres, entre os seus, era inigualável. Mais de uma vez a jovem sentira a inveja das amigas. Qual é o segredo? Lhe indagavam. Como foi que você o treinou tão bem? Mas ela dizia que nada tinha a ver com isso. Ele chegara a ela desse jeito. Ele é a pessoa mais justa que eu conheço. Acredita na igualdade de direitos para as mulheres.


Um homem diferente, destoando entre os de sua estirpe. Dentro de sua própria comunidade. Isso nos diz que não importa onde vivamos, a cultura que se nos impõe. Cada qual pode, dentro de seus parâmetros de justiça e moral, ser diferente. Destoar para melhor. Ser uma flor perfumada, colorida, num campo cinzento de erva seca e dura.

Pensemos nisso!